Eu ando em trilhos tristonhos sem trens 
Passado o verão não se apeguem aos bens 
Se o amanhã é incerteza, afirmo antes que repenses 
Se há comida na mesa, no futuro a deus pertences 
Retifico o fato, sou pato e tão fraco 
Não entendo o que seja sufrágio 
Se sujar tudo fora do barco 
Capitão de primeiro naufrágio 
Nunca tive razão na esperança 
Já levei um sacode por isso 
Corro só pra afornar minha pança 
Dizimista no jogo de bicho 
Eu ando em trilhos tristonhos sem trens 
Passado o verão não se apeguem aos bens 
Se o amanhã é incerteza, afirmo antes que repenses 
Se há comida na mesa, no futuro a deus pertences 
Sobrevivo de sambas e de truques 
Traques, trocas e trocos por trecos 
Sobressalto à emoção dos batuques 
E os pequenos assaltos nos becos 
Boca livre não faço desfeita 
Encho os bolsos e nem me despeço 
No salão passo pronto à espreita 
Pra afanar corações inquietos