Da saia fiz o meu lenço
Do pano que me sobrou
São bainhas do que penso
São panos de quem eu sou
Este vento é de cambraia
É de sal quando anoitece
Eu fiz um lenço da saia
Pra esconder o que entristece
Quem a despir vai ao fundo
Amor, sangue, saudade
Esta saia é o meu mundo
Não se pode amarrotar
É uma herança singela
Que foi talhada à medida
Quando a penduro à janela
É a bandeira da vida
Quando a penduro à janela
É a bandeira da vida