É fevereiro na Baixada Fluminense 
E o que eu preciso é ir morar em uma geladeira 
E logo cedo um sol enorme me arrebenta o ar 
E mil volteios dá até me acordar em minha esteira 
Mil cigarras antes suicidarem 
Riem que eu vá trabalhar nessa segunda-feira 
Quando o que eu precisava mesmo era ficar quieto 
Sem me movimentar, por exemplo embaixo desta amendoeira 
Até a estação quem sabe eu vá considerar 
Que o mundo não vai se acabar 
Porque essa indisposição não é assim 
Tão costumeira 
E que o povo do lado de lá 
Encostado na água do mar 
Nem aí pra insolação, vai é pra areia 
Até a estação quem sabe eu vá considerar 
Que o mundo não vai se acabar 
Porque essa indisposição não é assim 
Tão costumeira 
E que o povo do lado de lá 
Encostado na água do mar 
Nem aí pra insolação, vai é pra areia 
Porque o eletro pode um pouco aliviar 
Eu trato de me acalmar, me aquietar 
Mesmo porque na condução lembro não ter 
Eira nem beira 
E se nada comigo vai bem, tudo bem 
Eu tenho peito pra encarar 
E Deus queira ou não ajudar 
A vida segue, eu sigo a vida qual maneira