No progresso do Brasír 
Com a vinda dos caminhão 
Num subiro mais a serra 
Os carrero do sertão 
Eu sei que muitos carrero 
Com bem dor no coração 
Deixaro de carreá 
Pra guiá o caminhão 
Os baruio dos motor 
Bem depressa foi crescendo 
Os carro foro parando 
E a cantiga foi morrendo 
Eu me alembro c**m sôdade 
Do meu carro que cantava 
Puxado por oito boi 
De tanto me orguiava 
Sustentei por muitos ano 
A muié c**m a filharada 
Só à custa do meu carro 
Que cantava pela estrada 
Mas tamém já tive um gosto 
Num dia de chuvarada 
Que arcancei o caminhão 
Encaiado lá na estrada 
Bastou só um boi dos meu 
Pra arrastá o caminhão 
Deixando a estrada livre 
Pros carrero do sertão 
Da tristeza do meu carro 
Tirava minha alegria 
Pois vivia só cantando 
Enquanto o carro gemia 
O Brasír tem a história 
Dum passado que se foi 
Muito bem representada 
No triste carro de boi