Vai vai que vai filho
Lembra do senhor
Tenha fé tenha amor
Seja humilde pecador
Sempre a onde for
Lealdade é a honra
O céu é o paraíso pro mendigo
Que ainda sonha
Ou pro bandido pena máxima de trinta
Pra p**a na esquina louca de c**a
Pro mano algemado no juri do tribunal
Ou pro noia que te enquadra
Com uma faca no farol
Sei não em
Tem hora que eu fico meio confuso
Louco sem rumo
Espírito de luto
Mórbido amargo ó
Cheio de rancor
Aliviado talvez só na hora do louvor doutor
Do que vale um mustang bem louco
Raro conversível com os bancão de couro
Gargantilhas de brilhantes, no anel diamantes
Dólar luxúria
Apartamentos em miami
Viagens pra paris e conscientemente feliz
157 te condena como se fosse um juiz
Enfim coisa ruim sai pra lá sai de mim
Uma flor um jardim um vaso com jasmim
Só pra ver de novo o sorriso da minha rainha
Repleto de energia como a luz do dia
Lágrima no rosto da criança ainda faz
Parar pra pensar mundão louco demais
Eu que vi os moleque brincando na calçada
Olhando lá pro céu o pipa que desbicava
Colecionando figurinhas da copa do mundo
Era f**a quem vende quem troca
É o tempo passa tudo muda fica diferente
Olho na expressão do rosto de quanta gente
O cansaço mental o estresse diário
Saudades do parente no sistema carcerário
Eu nunca sonhei com a vida bela da novela
Muito menos com o arco íris da aquarela
Eu só queria a paz pra favela
E pros mano que são parte dela
Bem aventurados os puros de coração
E todos aqueles que sofrem em prol da justiça
Pois esses herdarão o reino dos céus
Assim como os misericordiosos
Alcançarão misericórdia
Faça de mim senhor um simples servo
Da tua divina palavra
Para que até mesmo o meu inimigo seja salvo
Eu peço a paz para toda a periferia do brasil e do mundo
Através dessa humilde oração amém
Eu no rolê mais ou menos uma e meia
Encantado com a lua
Deslumbrado com as estrelas no céu
O morteiro avisando a chegada
Tem mão branca que nem praga
Tem rato na quebrada
Dinheiro compra tudo nesse mundo podre
Faz escravos irmãos testa a febre dos homens
Faz moleque eu sei de quinze e dezesseis
Anda pra cima e pra baixo de fuzil g3
Não queria esse universo paralelo sangrento
Ver uma tia de 80 se humilhando por emprego
Na areia da praia catando lata pra sobreviver
Ou a criança no final da fila
Catando o resto pra comer
Tem hora que me falta as palavras
Ver um cu na tv discursando de gravata
Comprando seu voto com promessa utópica
Te iludindo com proposta
Te afundando na bosta é f**a
Olhar talvez ao seu redor e ver
Quantos manos miliano que curtiu com você
Que poderiam ter dado pra mãe muita alegria
Um pouco com deus já bastava nessa vida
Mas não trocaram o pouco pelo sonho da fartura
Agora tão lá em avará na margura
Vida dura de se crer sem fé na palavra
Pra quem arrisca tudo no pente da quadrada
Capão redondo grajaú vietnã campinas
Meu senhor me mostra a canaã
Ou pelo menos me dê força
Pra seguir em frente bravamente
Com a mesma fé que move os crentes
Eu nunca sonhei com a vida bela da novela
Muito menos com o arco íris da aquarela
Eu só queria a paz pra favela
E pros mano que são parte dela