(É o DJ Pereira, original)
Lá na quebrada, muita coisa eu vi
Lá na quebrada onde eu vivi
Foi lá na quebrada onde eu nasci
Lá na quebrada onde eu cresci
Eu sempre tive uma meta a cumprir
Representar o bairro d'onde eu vim
A minha quebrada onde eu nasci
Lá na quebrada onde eu cresci
Saí de noite, no giro, pela quebrada
Sem direção e sem nada pra fazer
Andando a zero na Mercedes blindada
Relembrando o que eu queria e não podia ter
Queremos tudo, viemos do nada
Vai ser difícil pa' playboy entender
Olhos aberto e boca fechada
Sem mancada e sem tempo nenhum pra perder
Se eu tô na luta é pra fazer valer
Se eu tô no ringue é pra trazer a vitória
Quem quiser pode até se morder
Mas não vai ter o que fazer
Vou ficar na memória
Foram dias de luta, hoje, são de glória
Não vim pra moscar, vim pra fazer história
Pra mostrar pra outros favelado
Que o crime não compensa
E não é a única trajetória
Lá na quebrada, muita coisa eu vi
Lá na quebrada, muito eu vivi
Foi lá na quebrada onde eu nasci
Lá na quebrada onde eu cresci
Eu sempre tive uma meta a cumprir
Representar o bairro d'onde eu vim
A minha quebrada onde eu nasci
Lá na quebrada onde eu cresci
Várias mão ficava a sonhar
Olhando, no céu, as pipa voando no ar
Pensando se eu iria chegar no topo
Ou ia ser só mais um a chorar
Pelas viela da quebra
Vários menor que, com pressa
Corre atrás do cash sem parar
Sistema é podre e quer ferrar
Lá na quebrada, muita coisa eu vi
Lá na quebrada onde eu vivi
Foi lá na quebrada onde eu nasci
Lá na quebrada onde eu cresci
Eu sempre tive uma meta a cumprir
Representar o bairro d'onde eu vim
A minha quebrada onde eu nasci
Lá na quebrada onde eu cresci
A cada passo desse beat
Eu vejo um momento vivido
Se passando como filme na minha cabeça
A cada grave da batida, eu lembro o quanto aguda a vida
Pode ser com quem não se apresenta
Pa' progresso e às vezes quanto o progresso se ausenta
É preciso inventar uma fama pa' se sustentar
Talento é bom e até que serve pa' entretenimento
Mas somente a disposição pode concretizar
Sonhos distantes tão lá longe pa' se alcançar
Porque se eles tivesse perto ninguém ia ligar
Então, sonhe
Porque enquanto o sonhador sonhar
Quer dizer que existe chances para conquistar
Porque depois que a vela acende a coroa de flores
Decora o quarto de descanso pro resto da vida
Não tem ganância, nem luxúria, fama e seguidores
Fica só a lembrança e as memórias vividas
Então, por que que a gente busca outra coisa na vida?
Por causa de umas coisa fútil vários se complica
Causa transtorno na quebrada, os amigos, famílias
Por liberdade e por saúde tim-tim que nós brinda
Lá na quebrada, muita coisa eu vi
Lá na quebrada onde eu vivi
Foi lá na quebrada onde eu nasci
Lá na quebrada onde eu cresci
Eu sempre tive uma meta a cumprir
Representar o bairro d'onde eu vim
A minha quebrada onde eu nasci
Lá na quebrada onde eu cresci
Vai buscar sua fita, mas sem moscar
Na vida, tem emboscada
Mas faço ninguém de escada
Porque Deus prepara
Eu só vou ligeira como a Miliduke
Nas palavra, clareza
Boys não se emociona com o rosto de princesa
Mas nós é gangstar brilha, de fato, certeza
Se peita, cê deita, o quê?
Olho minha trajetória
Tenho orgulho do que sou
Gostosa, boa no que faço
Eu dou show
Sem peneira
Passo que sujou
De lock, fujo
Da rota, lupa (alô?)
Ele me pede mais
O foco tá no cofre
Ver minha família em paz
Me aquietar no mapa
Minha conta bem farta
E bêba de Parrapa
E o Pereira toca nas caixa
Lá na quebrada, muita coisa eu vi
Lá na quebrada onde eu vivi
Foi lá na quebrada onde eu nasci
Lá na quebrada onde eu cresci
Lá de onde eu vim
Vi uns descer, uns subir
Uns nascer, uns partir
Uns chorar, uns sorrir
Eu vi de perto o esgoto a céu aberto
A chuva passando no teto
E morreu morreu uns aliado
Vi um semblante preocupado
Na janela do barraco
Pensamentos distante e os olhos marejados
Diamantes discartado, antes de ser lapidado
E o choro dos parente, tristeza pra todo lado
Se eu passasse e o sistema oprimindo
E o inimigo tramando ao meu redor
Se eu não lutasse contra, eu 'tava fudido
Comodismo é perigo, lute sempre pro melhor
Filho de pai pobre preto
Passatempo, era catar lata pra ter pão
Joelho no chão, eu vejo
Que o sofrimento vem sem avisar, sem previsão
Embaixo de sol, eu fiz um som
Debaixo de chuva, eu fiz refrão
Fiquei na labuta mó tempão
Os preto sofrido, a escravidão
Pretos vão sorrir sem servidão
Lá na quebrada, muita coisa eu vi
Lá na quebrada onde eu vivi
Foi lá na quebrada onde eu nasci
Lá na quebrada onde eu cresci
