Eu tô vivendo com o futuro incerto
Mais uma noite tô acordado inquieto
Fazendo planos para daqui alguns anos
Ser lembrado na história como a mudança do século
Então eu sigo mantendo a minha honra
Enquanto corro atrás dos meus méritos
Sem me apressar como quem tá pedindo as provas
E não percebem que ainda tá rolando o inquérito
Quem não se aprova nem chega a semi
Só cemitério e o vácuo da cova
Sem mistério pros que nunca me somaram
Já sumiram, e assim meu valor dobra
E eles apostaram nas minhas notas
Dei "all in" e a mente me cobra
Igual dívida de banco
Mas meus crédito tá baixo
E mesmo assim ele não esgota
Melodias sem harpa já
Me incomodam igual farpa nas
Madrugadas que vivo
Minha visão de falcão me ajuda a fugir do rapa
Pois ninguém quer rodar na luz no giroflex
A dor que ela causa, não serve dorflex
Corações partidos, não serve durex
E eu sigo perdido igual mais um moleque
No deserto das ruas
Iludido em miragens
Crenças que não creio
Me ofertaram o meio
Mas tão me querendo na margem
Imagem e semelhança
Dívidas e divindades
Somos cria ou o criador
O sucesso se disse meu pai
E que eu era o seu sucessor
Me alertei sem sensor
Não cessei quando estive a sós
Pois quando eu levantei a cabeça
Que eles começaram a baixar a voz
Eu pequei o que eu pecava em meses
E eu falhei o que eu falhava em meses
E por isso que eu causei
Tanta ira nos deuses
E eu errei o que eu errava em meses
E eu perdi o que eu perdia em meses
Por isso que eu causei
Tanta ira nos deuses
Corrida com cavalos de tróia
Não é raça extinta na cena
Quem me sorri e acena
Querendo ter meus planos mas sem a cabeça plena
Só resta pena, só resta pena
Para o peso do seu respeito
A esperança morreu na sua frente
Pois nem sacrifício aos deuses pra vocês vai dar mais jeito
Tomando impérios
Enquanto cês só tomam em empórios
Bêbados acompanhados mas sempre sozinho sóbrios
De preto e armado mas não é mib
Estamos sempre preparados para o próximo velório
As horas são meu mapa
E entre elas tenho sumido
Não ouço o tempo passar
E nem ele me dá ouvidos
Com minha legião urbana
Erros não são permitidos
E quem corre só atrás de grana
É que faz da sua vida um tempo perdido
Salvadores não atendem
Para dosar suas dores
Procuraram os que entendem
Somos nós, os pecadores
Que bebem sem os dosadores
Que amam centenas de amores
Os que se fizeram espinhos
Pra não morrer como as flores
Acordamos em ser o pesadelo
Dos que falharam em atrapalhar o nosso sonho
Eu me oponho ao que tem sido posto
De tanto te causar desgaste hoje somos seu desgosto
Isso se tornou visível
Alcançamos outro nível
Fazendo só o impossível
Sempre foi a melhor parte
Os peões contra os reis e ainda demos xeque mate
É quando recito o que sinto
Que vejo o sujo mais limpo
O céu nunca foi o limite
Cheguei pra tomar o olimpo
E perdoei o que eu perdoava em meses
E acertei o que acertava em meses
Agora estou causando bem mais irá nos deuses
Eu conquistei o que levaram meses
Eu destruí o que construíram em meses
Agora eu sou, a ira dos deuses
