Zé e José eram amigos de fé 
E sentimentos 
Se ajudavam nos momentos difíceis 
Sorriam juntos na felicidade 
Os pés no chão, o tempo a favor 
Namoro com as moças bonitas 
Noites e luas no interior 
Ser feliz incomoda aos que são amargos 
Alguns pais carrancudos 
Lhes chamavam vagabundos 
Sejam como nós, diziam eles 
Pela primeira vez 
Zé e José se embriagaram 
Não entenderam a culpa 
Agora instalada nos seus corações 
Aprisionados foram aos compromissos 
Apenas os domingos 
Programados para serem livres 
Livres pra pensarem na segunda-feira 
Quando estariam atrás dos balcões 
Cabeças treinadas para competir 
Sementes de toda ambição 
José 
José progrediu 
Calculista e frio 
Sorriso plástico 
Frequentava a Câmara e o Senado 
Enganava o povo 
Não tinha amigos 
Fez um pacto com o Diabo 
E se perdeu na escuridão 
E o Zé 
Zé não se deu bem no comércio 
Se apaixonou por uma viola 
Que ganhou de um velho bêbado 
Que lhe contou uma história 
Sobre a cor dos sete mares 
E de tesouros escondidos 
No peito do próprio homem 
Lhe disse também 
Cante ao mundo 
O que vier do fundo do seu coração 
E a luz se fez 
Zé cantou histórias das estradas 
Reencontrou o sentimento perdido 
Emocionou multidões 
Aplaudiu 
Foi aplaudido 
Zé nunca mais sentiu culpa em ser vagabundo 
Voltou a ser feliz 
Zé cantou histórias das estradas 
Reencontrou o sentimento perdido 
Emocionou multidões 
Aplaudiu 
Foi aplaudido 
Zé nunca mais sentiu culpa em ser vagabundo 
Voltou a ser feliz 
Zé cantou histórias das estradas 
Reencontrou o sentimento perdido 
Emocionou multidões 
Aplaudiu 
Foi aplaudido 
Zé nunca mais sentiu culpa em ser vagabundo 
Ojo torias toVoltou a ser feliz