Composición : Alberto Janes
Não sei não sabe ningu é m
Por que canto o fado
Neste tom magoado
De dor e de pranto
E neste tormento
Todo o sofrimento
Eu sinto que a alma
C á dentro se acalma
Nos versos que canto
Foi deus
Que deu luz aos olhos
Perfumou as rosas
Deu oiro ao sol
E prata ao luar
Foi deus
Que me pôs no peito
Um ros á rio de penas
Que vou desfiando
E choro a cantar
E pôs as estrelas no c é u
E fez o espaço sem fim
Deu o luto as andorinhas
Ai e deu-me esta voz a mim
Se canto
Não sei o que canto
Misto de ventura
Saudade ternura
E talvez amor
Mas sei que cantando
Sinto o mesmo quando
Se tem um desgosto
E o pranto no rosto
Nos deixa melhor
Foi deus
Que deu voz ao vento
Luz ao firmamento
E deu o azul à s ondas do mar
Foi deus
Que me pôs no peito
Um ros á rio de penas
Que vou desfiando
E choro a cantar
Fez poeta o rouxinol
Pôs no campo o alecrim
Deu as flores à primavera
Ai e deu-me esta voz a mim
Deu as flores à primavera
Ai e deu-me esta voz a mim