Deixou a roça numa carroça
Pegou a estrada de madrugada
Cruzou o rio fazia frio
Seguiu viagem
E veio a chuva e perdeu a curva
Atolou na poça, ficou na fossa
Sentiu saudade no fim de tarde
Hoje de noite, medo.
Uma menina lá da campina, lhe deu afago, tomou um trago, ficou de fogo, perdeu no jogo
e saiu corrido.
Em sobressalto, ganhou planalto, foi assaltado pelo cerrado, bata a tonta no fim da conta,
ficou sem rumo.
Nada na vista, nenhuma pista, latão, nem ouro, nenhum tesouro.
Para o seu pires, no arco -íris, ficou vazio.
Foi quando é claro, num gesto raro, deu um momento pro pensamento e um pirilampo veio
do campo com sua luz.
No outro dia, o sol nascia no pé do monte, bebeu da fonte, lavou os cachos lá no riacho
e foi em frente.
Deixou a roça numa carroça, de madrugada, pegou a estrada.
Cruzou o rio, fazia frio, seguiu o viagem.