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Vislumbre (prod. Paiva)

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Letra
Disseram que o Brazza só rima Boombap

E no trap não tem uma rima que caiba

Mas saiba, que o nível não cai tá?

Peguei logo um beat do Paiva, passa pro pai vá

Que eu jurei que nesse som aqui livraria essa raiva

E traria bem mais conteúdo que na livraria Saraiva

Votamos em caras como o Donald Trump

Pra que o rico pague menos imposto e o pobre no MC Donald trampe

Pra que o Tio Patinhas fique ainda mais rico e o pato Donald trampe

E se eu fosso dono de bank ou dono de boca

E falando em boca alguém a boca Donald tampe

É que se for pra ouvir lorota prefiro bem mais as do Forest Gump

Racionais é nosso estudo bem antes de entrar pro vestibular da Unicamp

Não to afim de fazer seu ouvido de penico e cantar igual o Lil Pump

Mas se você me der um penico

Transformo ele arte como fez o Marcel Duchamp

Por isso que o RAP atropela feito tanque e faz palanque até no Museu

Mistura de arte com guerra fazemos das ruas nosso coliseu

Péla saco até tenta alcançar, mas não dá to no meu apogeu

Tipo Ronaldinho Gaúcho sendo aplaudido até no Bernabeu

Que é pra lotar estádio

Que é pra tocar na rádio, na alma e no miocárdio

Que é pra o Brasil vibrar mais que o pênalti errado do Roberto Baggio

Que é pro meus manos fazerem dinheiro que nem o cassino Bellagio

Tamo na luta vê lá tio

Os menino são ágil e é só chamar que eu vo lá tio

Mas não vai ser volátil, se vender por versache, é morrer de versar fi

Na arte da espada que nem Miamoto Musachi

Mas relaxe não tem nada a ver com visualização

Não quero ampliar os views, quero saber se quem viu ampliou a visão?

Entre a vida farta e a vida que falta

A desigualdade que gera revolta

Então diz pra mim onde é que o mal tá

Do lado mais fraco que a corda se solta

O que você vê quando abre a janela da alma?

Quem é você quando perde o que resta da calma?

O que você vê nas minhas linhas que não pode ler na sua palma?

Qual é preço do trauma?

Quantos venderam a causa?

Querem passar a vassoura

Pra Mãe Natureza nunca vai ter férias

Já faz tempo que as mineradoras

Em rios de sangue secam artérias

No abatedouro tem vários

Cantando de galo e morrendo em frangalho

Só burro não ver nossa vida de gado

O Povo é marcado igual diz Zé Ramalho

Deram corda pra tu se enforcar

Bonecos de corda são todos iguais

Desatei o nó da minha garganta

Pra usar melhor minhas cordas vocais

Me puseram na forca, disfiei minha corda

Em várias linhas que são imortais

Não foi o fim dessa linha do tempo

Avisa o Fukoyama que ainda tem mais

O governo tem laranjas e o povo tem o bagaço

Vende o almoço, compra a janta e sente o gosto do fracasso

A Nova dança do desempregado

A classe média quebrou a cara e o país tá mais quebrado

Eu achei minha batida perfeita

De pinga com limão

A Federal quer minha Receita

Escolhas te levaram a fazer a cama que cê deita

Quem não tem berço de ouro em qualquer lugar se ajeita

Nascemos uma tela em branco

Quando você morrer qual imagem verá na tela

Você que pincelou ou desenhou sem ter comando?

E já que a vida é líquida, qual foi sua aquarela?

Quanto vale sua pintura mano?

A vida imita arte e nem toda arte é bela

Não nasci pra Michelangelo

Mas não vai ser pro Papa que eu vou fazer minha Capela

Brazza nunca se esqueça

Qual é o nosso lugar de fala

Somos privilegiados num país racista por ter a pele clara

Não podemos ser protagonistas

Mas devemos dar força pra causa

Sem devoção à crença narcisista

A voz desse povo é de um Deus que não salva

O que você vê quando abre a janela da alma?

Quem é você quando perde o que resta da calma?

O que você vê nas minhas linhas que não pode ler na sua palma?

Qual é preço do trauma?

Quantos venderam a causa?

Vislumbre (prod. Paiva) de Fabio Brazza/Gigante no Mic – Letras & Covers