Dando os início, tipo parto o mar
Meu barco veleja na terra, uno prata do Magno
Ávido a ser dócil pra descompassar do amargo
Poucos amigos na estrada pra lá
Eles não vêm, pois é cultura da asa
Que bom que eu tenho um lado sofisticado
Infância simples, merecemos o caro
Carro do ano de brinde aos melhorzin' da quebrada
Pena que só na utopia da nação confortável
É difícil, pra nós não é impossível
Pois nem por essas nem por outras que deixamos por isso
Ser Brasil é incrível, inteligência criativa, outro nível
Imagina com educação e incentivo
Corre diário, paro quando degusto um digestivo
Tranquilo, e pensar no futuro me deixa apreensivo
Tanque de guerra movido a querer mais combustível
Pra cima dos que acha que pra cima de nós é possível
Eu já troquei de mal com Deus por ver tanta miséria
Nos dias de cão, confesso, vida de bactéria
Tô de segunda com tudo, mente com marcas de guerra
Aquele amor que constrange, só Cristo sabe o que pesa
Eu já lutei até a morte numa batalha de rima
Já fiz a minha procissão de Brazlândia a Taguatinga
Eu já fui e voltei mil vezes, sei a cor das esquinas
Eu pulei de casa com 13, olhei na cara da vida
Eu já chorei uma tonelada e cuspi fogo em cima
Muita vivência de Murillo pra nascer o Murica
Eu já fui menino, também já fiz menino
Agora sujeito homem, sei do meu destino
Eu vivi tudo isso, mas não saí de cima
Pra cima dos que acham que pra cima de nós é possível
Pode comer farinha, pode comer pesquisa
A gente não se entende, eu sou periferia
É fim de mês, eu vou é cair no mar
Meu barco veleja na terra, carona com o Gustavo
Um brinde aos melhorzin' e um carrin' popular
Porque só na realidade eu posso estar confortável
(Mesmo assim) nós tira onda
