Antes de o mundo ser
A alma estava em nós
Sentiu-se a nascer
Lenta, lentamente
A voz
E apareceu
Fez-se coração
Assim que a nação
Veio à Terra como graça do Céu
Portugal!
Império a navegar!
Lança-te ao mar
Homem, tu vais
Conquistar!
Preso ao leme
Um povo teme
Naufragar
Brilha a Luz com altivez
Além Bojador
Do mar o senhor
És tu, Português!
De Oriente
A Ocidente
Levar a fé
Trazer café
Não marcha a ré
Na alma a ciência no corpo ousadia
Deixa a pátria até chegar o dia
Lá vai o nosso herói
Que une e constrói
O Império a navegar
Olhai!
Terra à vista!
Vejo as
Índias, Vera Cruz, Guiné e Timor
Malaca e Timor
Ceuta, Macau
Mas tudo mudou
Ó Senhor
Cai a noite e o silêncio é hostil
E incerta, dispersa a alma vil
Perdeu-se no mar da idade
Poder p'rá eternidade
Nesta ânsia de um bem
Quem nos vem socorrer?
Quem sabe que coisa quer?
Quem conhece que alma tem?
Já só somos saudade
Dessa áurea canção
Antes de o mundo ser
A alma estava em nós
Sentiu-se a nascer
Lentamente
A voz, e apareceu, terra graça do céu
A voz, terra, como graça do céu
E apareceu, veio à Terra como graça do céu
Portugal
Eis que um vento, um sopro divino
Acorda quem já dormia
Eis que um fogo se ergue das cinzas
E anuncia o novo dia
A esperança nasce de novo
Não fiques parado a olhar
Tens o teu destino traçado
Para o Quinto Império alcançar!
E morreu D. Sebastião
A verdade tens de aceitar!
Está na alma a solução
Para o Quinto Império alcançar!
Com Saudade a tua alma chora
E o Céu diz-te que esta "É a hora"!
É hora Portugal!