Aquela casa 
De parede barreada 
Lá na beira da estrada 
Já não tem mais morador 
Há quanto tempo 
Ela está abandonada 
Uma tapera largada 
Poucos sabe seu valor 
Sabe seu moço 
Quem morava dentro dela 
Levando a vida singela 
Era um roceiro feliz 
Saindo cedo 
Pros caminhos do roçado 
Hoje conto seu passado 
Assim o destino quis 
  Faz muito tempo 
O dia certo não lembro 
Mas foi num mês de setembro 
Em uma tarde de Sol 
A codorninha 
Piava lá na paiada 
E a poeira avermelhada 
Rodava em caracol 
Lá na baixada 
As batida da porteira 
Na estrada boiadera 
Ecoava o chapadão 
E aquele moço 
Começava uma viagem 
Levando fé e coragem 
Em cima de um caminhão 
  Trocando a vida 
Do sertão por uma cidade 
Obrigando a vontade 
O matuto despediu 
Deixou no rancho 
Seus costume de caboclo 
Pensando ter muito pouco 
Naquela beira de rio 
Tem certas coisas 
Que se passa com a gente 
Quando muda de repente 
Na sorte que Deus nos deu 
Sabe seu moço 
Esse mundo é uma escola 
A enxada é uma viola 
E o roceiro sou eu