Você nunca percebeu que poetas são livres
É por isso que odeiam minha arte
Eu nunca me importei com o que eles pensavam
É por isso que sigo no fight
O grave da nossa cidade faz parte da minha personalidade
Tô cantando a vida, tudo vira cinza, então deixa queimar
Antes que o bope bata na porta
Mesmo que a glock traga o malote
Eu quero vingar sem precisar capotar nenhum carro forte
Eu quero uma vida sem passar vontade
Eu tô me perdendo pra essa vaidade
Alguns vão falar que tô de trairagem
Fodam-se vocês que não viram minhas lágrimas
Hey, ho
Lembra quem foi que ficou
Tô contigo, sabe, bro
Tipo, se preciso, eu troco tiro
Eu saco, eu vou
Eu tenho contatos da nossa cidade dos donos do mercado
Sabe que eu nunca fui santo
Respeito nazárea, respeito no gueto
Imagina nós num alfa romeo
Sem romantismo
Eu tenho a raiva de um judeu
Odeio racista, odeio injustiça
Milícia mata mais uma mulher que a noite escondeu
É sobre vivência de rua
Olha, pega a visa, moca a baga e fica de olho na viatura
Lá na quina da minha quebra
Tem vários zóião que falam mais do que novela
E tudo o que eu quero é liberdade pra quem
Nunca teve escolha nessa vida louca
Sacô, hey
Disciplina pelo tom que me deve
Pra que nunca falte nada pra quem fechou
Sabe que, se for preciso, eu cruzo o oceano
Só pra te provar que o peso dessa cruz é pouco
E a causa vale o dano de viver contando
Os manos que viram como peça no jogo
Fazendo minha arte pela cidade
São quase dez anos na pista
Sem dó de covarde
Pronto pro combate
Tu não vai querer vir pra briga
Sinto que de onde eu vim é preciso provar
Não basta correr, eu quero subir
Não quero sofrer
É preciso sonhar pra ver
Não vá perder
Eu quero sentir mais do que saber
Bem assim, né, eu sei que vai sangrar pra ver
Sobre o que eu vi quem vai me dizer
Que não vai sofrer pra vitória ver
Imagina nós num alfa romeo
Sem romantismo, eu tenho a raiva de um judeu
Odeio racista, odeio injustiça
Milícia mata mais uma mulher que a noite escondeu
