Não fala de Maria
Vários perguntam como estamos
Poucos se importam com a resposta
Aposta que tem gente te apunhalando pelas costas?
Querem saber
Até qual ponto é vulnerável
Na torcida noite e dia
Contando com seu fracasso
Deixou bem claro o Síntese
E eu venero
Mata os irmãos
Vai no caixão pra vê se tá bem firme os pregos
Lobo em pele de cordeiro
Máscara, teatro, falsidade
Atualmente essa é a realidade
Estendi a mão, mas escondi o pescoço
(Malandrão eu, jão? Claro que não)
Ninguém é bobo
Uma pá de atrasa lado
Agindo igual piolho
Já conheço esses tipos
Não vão me enganar de novo
Eu permaneço seguindo
Naquele velho ditado
Por precaução eu to com a mão no peixe
E o olho no gato
E é fato
Observo para ver o desfecho
Desses santinhos sorridentes puxadores de tapete
Sem conjectura, não é loucura, segura
Sem meias palavras
Aqui a verdade é nua e crua
Se alguém traiu você
Uma vez a culpa dele
Mas se traiu duas vezes
Tá ligado a culpa é toda sua
Melhor seguir o meu conselho
Século XXI, tempos modernos
Ta cheio de Judas beijoqueiro
Pronto pra causar o seu fim
Mas eu não sou Abel
Fique ciente que vocês não são Caim, enfim
Vou prosseguir na minha levada
Curando as cicatrizes que obtive ao longo dessa jornada
E uma coisa é certa, irmão, demorou
Eu nunca vou ter duas cicatrizes de um mesmo traidor, firmô?
Foi com meus erros que aprendi pra não errar de novo
Das vezes que eu mosquei
Mano passei maior sufoco
Tudo por não ter dado crédito
Quando a bíblia me falou
Maldito Homem, filho, que confiará no outro
Bobo não foi o enganado
Mas pode pá
Malandro eu nem vou te alertar
O mundo gira-gira
Justiça divina ela nunca falha
E eu fico tranquilinho
Porque eu sei que uma hora a conta vai chegar
Rapá, tem que agir com sagacidade
Plantou mentira e tá achando que vai colher verdade
Se o malandro soubesse
Como é bom ser otário
Ele seria otário também
Só de malandragem
E tira o flash
Tira os cash
Tira os beck e os confetes
Sua vaidade onde fica?
No silêncio gritado
Ao lado da sanidade
Sentado no banco
Um gole pro santo
Sente o respeito que é ter esse manto nos ombros
Babylon by Quiri
Eu não to só quando canto
Viajando a galope
Propagando love
O frasco de veneno é sempre maior que o antídoto
Olhos desatentos não vislumbram esses ciclos
Agentes nocivos
Somos tão distintos
No final trabalhadores contra quem financia o desmonte
Só cavando mais fundo pra beber da fonte
Recalculando a rota após a queda
Abraçando o fracasso
E me humanizo enquanto o faço
Enquanto eu falo das perdas
Então perceba
Nesse jogo de fantoches só glórias na mesa
A plenos pulmões grito Jah Bless
Minha força são raízes e dizeres
Para o meu deleite Letieres (Letieres)
Cravo nessas claves
Clamo por dias mais leves (mais leves)
To juntando os cacos
Para um recomeço
Não vai ter magia se disperso
Eu celebro a vida
Acelero a conquista
Tudo no seu tempo
Eu to na crista da onda
Me antecipo, pois quero uma vista e uma sombra
Uh
Sensibilidade é o caminho
Uh
Nesses raps ninguém fala de carinho
Desse constrangimento me elimino
Só vai se tornar grande
Quem cuidar de sua criança interna
Senso crítico lanterna
Sem falso moralismo
Estamos todos na caverna
Coragem de verdade é enxergar o que se nega
Nunca fale de Maria
Uma faca trocada na guardilha acerta vidas
E dívidas morais entrelaçadas nas esquinas da menina
Solitário
Não sozinha, mas perdida
Uma vida perdida
Três toques de midas
Duas cifras
Outra cara entristecida
To aqui de mente erguida pra minha filha
Não nascida
Sem avó, sem bisa, sem família
Culpa de uma mentira, uma mania
Que ninguém explica
De fazer tudo cair por água limpa
Não sadia, sim vazia
E quem cairia se não Maria?
Nesse golpe da safra de safira
E se nenhum versículo da bíblia salva essa alma linda
Pra quem odeia o justo
Ainda há tempo de fazer algo mudar, Maria?
Ainda há tempo de fazer algo mudar, Maria?
Ainda há tempo de fazer algo mudar, Maria?
Ainda há tempo de fazer algo mudar, Maria?
Ainda há tempo de fazer algo mudar, Maria?