de um moço que viajava, gostava da vaidade.
Numa véspera de domingo, ele chegou numa cidade.
Foi no grupo dançar, baile, aproveitar da mocidade.
Encontrou com a mocinha, os dois dançaram à vontade.
Antes do galo cantar, regulava onze horas.
A moça falou pra ele, eu preciso ir embora.
A noite tá chovescando, mas a sua capa escora.
Você vai junto comigo, os dois saíram pra fora.
Saíram de braço dado na rua, contando história.
Chegaram lá na avenida, fizeram a separação.
Ela foi pra casa dela, e ele foi pra pensão.
E deixou seu endereço sobrescrito no cartão.
Levou a capa do moço, só pra dar demonstração.
Que ela já era morta, tava livre da ilusão.
No outro dia, bem cedo, levantou foi procurar.
A casa do pai da moça, custou muito pra ele achar.
Bateu parma no portão, o véio mandou entrar.
E sentou numa cadeira, e pegaram conversar.
Perguntou da sua filha, o véio pegou chorar.
A minha filha caçula, que chamava parecida.
Tá fazendo muito tempo, que ela foi falecida.
Morreu, foi pro cemitério, e já passou pra outra vida.
O moço falou pro véio, com a voz meia tremida.
Ontem eu estive com ela, passeando na avenida.
O véio falou pro moço, você não quer acreditar.
Nós vamos no cemitério, que eu quero lhe mostrar.
A sepultura da filha, só pra ver que jeito tá.
O moço saiu com ele, for andando devagar.
Chegaram no cemitério, a capa dele tava lá.