Quando as minhas mãos j á não tiverem o mesmo tato
E pra golpear um potro j á esteja faltando força no braço
Quando eu levantar uma armada de pialo e me enredar no laço
Certamento o boi ira correr mais e entra no mato
E quando meus olhos ao longo dos campos não cortar distancia
E a juventude que em roubar orgulho não me dar importância
Com os olhos cansados eu olharei o mundo tao cheio de ânsias
Levarei trompadas de saudades do meu tempo de infância
Quando a minha espora não tinir mais num tranco estradeiro
E o canto do galo silenciar ao longe em frias madrugadas
Quando meu chap é u e o bico da bota não juntar giada
O cavalo bom estar á ficando muito mais ligeiro
E quando minha daga fim de fandango não der um tinindo
E o meu grito forte de eira boiada meio enlouquecido
Ao redor do fogo me lembrarei de tantos recuerdos perdidos
Serei mais um laço velho arrebentado em um canto esquecido
Quando meus cabelos branquearem meu rosto j á estar á enrugado
Vou sentir receio do chifre do touro que ao tiro não dobra
Os pesos dos anos curva meu corpo fraco sem manobra
Longe do entreveiro e dos gritos dos pialos e do berro do gado
E quando minha voz calar-se pra sempre ao entardecer
S ó deus saber qual meu destino quando sol nascer
O campo as cochilhas banhados e estradas não vão mais me ver
Não quero morrer mais a morte é certa quando envelhecer