Dona das tardes sombrias do início de março 
Que amortece a caída das folhas do outono 
Dona da estrada de terra que abraça os meus passos 
E do fio que tece a rede que embala 
Que embala o meu sono 
Faz do meu canto de saudade 
um acalanto na cidade 
(Faz do meu canto de saudade 
um acalanto na cidade) 
Dona do amor que aquece as noites de inverno 
Faz o vento soprar em pleno verão 
Dona que faz do meu pranto um sorriso eterno 
Leva o barco da vida pros mares mais calmos 
Leva os sonhos nas mãos 
Faz do meu canto de saudade 
um acalanto na cidade 
(Faz do meu canto de saudade 
um acalanto na cidade) 
Dona que traz no semblante a expressão do meu verso 
Dona da força que altera um placar adverso 
Dona do anteprojeto que traça e define o meu ponto futuro 
Dona da lei que abole a vergonha do muro 
Oh Dona! 
Que consegue fazer transbordar o meu peito 
com o ar puro da serra 
Oh Dona! 
Da palavra final do último ato