Eu não vou ser o que querem que eu seja Um ser sem alma, individual, egocêntrico
Um saco de inveja Se eu viver, eu vi
O que querem que eu não deixe A verdade oculta, escondida
Com os blocos que me apedrejam
Vamos lá, começou, química espiritual Olho gordo, sem visão, ando mal acostumado
Meu Deus, muito obrigado Cada passo, dado um passo
Cada branco, homem que seja Vê a maldade na bandeja
Ilusão capada, veja bem quem é quem
O diabo me fala pra não confiar nas pessoas Amores noturos, promessas de vidro
Mirando a luz, sanidade, conquista, futuro digno
Nunca fui o crime, mas começo vacilado A luta, outro caminho pros mais velhos irmãozinhos
Crias da terra, onde pais enterram filhos Porra, sumiu um pouco dessa bronca
Banca, banca e perde as contas Pera, toma, tomba, solta, solta
Treta, volta, pega, toca, trota, louca Fuma até o que morre, eu não vou ser o que eu não quiser
Ser fio, união, dividir, não é comigo Gol de placa, saca das farpa
Taca fatos, cuspido na boca do abismo
Outro anjo caído veio pra lá comigo
Quem é luz ilumina, arredoma O caminho eu sombreio, te sonda
Canetei pro meu almas, encontra É o que recosta minha honra
Vamo lá, um por um, dois por nós É cala a voz que derruba a metade, nem te espera lá
Onde o céu bate, querem mais, emitam arte Apologia só tá entrando, é ligeiro, é o pioneiro em confiscar
Segregação de cor, violência, flor e fera Toda trito vira bosta, gera dúvidas
Vocês, incluso, trocam feras por quimeras Espelho mil sete erros, implorando a fé que vibra
Do bicho da terra te tira, preocupado com a barriga enchei
Os pagam pra ver o fim de você, mesmo sem ter nada
Fechar caixão sem peta, lá, que é mudar a espera
Tá demônios a cambalear, me dá o pincel que eu vou buscar
Bem -vindo a brisa rara, idealistas, lacrimejo Enquanto anjos fazem sala
Piri, paqui, tiqui, taqui, o fim que há de pela honra
Surfo no sulfite, há de estranho o cão que late
Não me esquece, o tempo passa, enquanto eu claro, eu eufemiza
Sentência, braço, vinas e mil sobras de marmita
Extermínio, bancarrota, nossa rota em declínio
Retalhia com jabá, faz do bichinho ser destino
Põe a cabeça prema, nadar em rio de merda
Os braços do apocalipse, amigo, se desfacela
Cada cela é uma alcagride, picota em qualquer gride
Muitas sujeitinhas nobres, se o clope morre no clipe
Na fome, menor psique, na guerra, miséria empírica
Na forma, o tempo age, atento à mensagem
Vítima do globo exposto, disforça e a arte
Contra os novos tempos, na calmara, tem a pesade
Floral de coisas fúteis, inúteis e que só gera
Metade das fitas úteis, mal -usada, desintegra
Patife, se espatifa, vira a culpa, faz a fila
Mato e morro pela gangue, fé constante na família
Eu não vou ser o que querem que eu seja
Um ser sem alma, individual, egocêntrico
Um só que eu te invejo e eu vim ver
O que querem que eu não veja, a verdade oculta
Escondida com os blocos que me apropriam
E é a volta do novo pesadelo do pop
E vocês rezando pra não ser de onde eu vim
E a quebrada esperando dias melhores
Eu jamais serei o que eles pensam de mim
Mas o que eles pensam de mim
Sai da bolha desse seu mundinho
Que esse nosso mundão tá foda
Essa noite é pra dormir maior
E acordar bem maior que a saudade
E meus colegas sendo presos, eles querendo ibope
Imortalizados pelo frio, chuva e fome
O bairro hoje está aqui pelo amor
O barulhado é dia de jogo, ferro, fé e focha
E é os gato preto no telhado
O mercado negro e o fogo de fio de cobre
E será mesmo que foram os pés de Arnold Smog
Fazer um carro atravessar a metrópole
Pra entregar o envelope do mesmo jeito que sou roubado
E sou enquadrado na ponte, desliguem suas câmeras
E tranquem seus copos, escondam suas filhas
Enquanto seus filhos dormem
Até o último tiro enquanto os inimigos fogem
Antes que seja a tarde da chegada dos homens
E que na rua suas mentiras não manchem meus nomes
Que suas autoridades não espanquem meus manos
E depois festejem suas mortes
Eu não vou ser o que querem que eu seja
Um ser sem alma, individual
Egocêntrico, um saco de inveja
Eu vim ver
O que querem que eu não veja
A verdade oculta, escondida
Com os locos que me apedrejam